Quem atua em áreas jurídicas há algum tempo deve ter percebido que o papel das equipes se transforma rapidamente para acompanhar as inovações tecnológicas. As empresas ficam cada dia mais digitais, e isso torna fundamental encontrar formas de se alinhar às novas tendências. Por mais que seja difícil prever o que vem por aí, especialistas e consultorias especializadas têm trabalhado para tentar adiantar algumas das novidades que podemos esperar para os próximos anos.
A KPMG é uma delas, que recentemente publicou um relatório que aponta de que maneiras as funções jurídicas poderão evoluir e se transformar até 2025. Claro, nada disso é 100% certeza que irá se concretizar, mas achei que valia uma reflexão sobre como podemos ficar de olho no que se espera que vá mudar no nosso cotidiano de trabalho nos próximos anos. Separei abaixo os 4 principais pontos que me chamaram muito a atenção e que achei que valia dividir com você.
No passado, já foi muito mais trabalhoso coletar dados concretos para determinar quais resultados financeiros o departamento jurídico conseguiria trazer para as empresas. Isso demandava muito tempo dos funcionários envolvidos e nem sempre conseguia reunir informações com assertividade.
Hoje, com a maior facilidade para a captura de informações que ajudem a medir a performance dos times, muito mais gente passou a refletir sobre a importância dos KPIs (Key Performance Indicators) não apenas para avaliar quão bem a equipe jurídica ajuda a reduzir custos (por exemplo, associados a litígios), mas também para avaliar os riscos envolvidos. Afinal, com o uso de KPIs como métricas que são rotineiramente monitoradas, é possível ter a informação necessária para ajudar a gerar receita e pensar de maneira estratégica em algumas etapas dos processos.
Tanto é que até 2025, a expectativa é que muitas plataformas e ferramentas passem a auxiliar os profissionais dos departamentos jurídicos a determinar esses KPIs de maneira muito mais refinada, através de dados completos em apenas alguns segundos, por meio de dashboards e relatórios que se mostram bem mais efetivos e úteis para os times jurídicos. Isso poderá trazer não só novas oportunidades, mas também auxiliar na gestão de pessoas e contratos, tudo com uma riqueza de detalhes pouco imaginada há alguns anos. Um exemplo disso são os dashboards que retratam toda a esteira dos processos, capazes de gerar inteligências de mercado, demonstrar tendências e até mesmo riscos que impactam em decisões e direcionamento estratégico das empresas. Tudo isso por meio de relatórios com maior refinamento e acurácia dos dados.
Quem já ouviu falar na evolução de Legal Ops sabe da importância que a automatização de alguns processos têm para ganhar agilidade e aprimorar o foco dos profissionais para tarefas mais importantes. Daqui pra frente, vai ser muito mais comum que as áreas jurídicas pensem na equação que combina a redução de custos, a agilidade nos processos e automação de tarefas simples.
A tendência é que daqui alguns anos quaisquer processos legais que não sejam personalizados serão automatizados e mais ágeis. Com isso, é esperado que existam mudanças também no escopo de alguns profissionais e áreas, cujas funções jurídicas demandam tempo que pode ser melhor investido em outras tarefas de maior valor, de modo mais estratégico e muito menos braçal.
Ou seja, é bastante provável que as equipes fiquem mais focadas em especialidades, concentrando esforços na experiência dos clientes e fornecendo qualidade para a tomada de decisões e redução de custos.
Essa é uma previsão que talvez cause estranheza, mas ela faz todo o sentido se analisarmos o cenário como um todo e como os processos já começaram a mudar. Afinal, é possível que a composição das equipes jurídicas se transformem junto com os negócios e tecnologias, conforme os processos forem padronizados e automatizados ou que passem a ser realizados por outras áreas com o auxílio da da tecnologia.
Além disso, é esperado que novas estratégias sejam adotadas para a terceirização de serviços jurídicos. Outra preocupação que se coloca no horizonte tem a ver com a crescente demanda por “fazer mais com menos”, o que poderá pressionar as hierarquias tradicionais a ceder espaço para formatos e estruturas mais ágeis e econômicas.
Por isso, uma força de trabalho multidisciplinar poderá ser importante, já que será preciso que os profissionais façam uso de diferentes conjuntos de habilidades, unindo a expertise de advocacia com o entendimento de tecnologia. Isso fará com que até 2025 seja mais comum ver advogados, analistas de dados, especialistas operacionais e outros especialistas na função jurídica trabalhando em conjunto, se valendo das plataformas e dados para criar as melhores estratégias.
Um exemplo disso é o que já é feito com Legal Ops, que por meio de dados e informações coletadas consegue trazer insights estratégicos para quem faz uso das ferramentas de Legal Ops. Mais do que um ganho de tempo na comparação com o que era feito no passado, existe um enorme ganho estratégico que nem era viável há alguns anos.
Essa é uma das mais importantes previsões de toda a lista, na minha opinião. Afinal de contas, os dados são essenciais para construir uma boa estratégia, já que podem trazer insights importantes para resolução de um processo. Ter todas as informações à mão pode fazer a diferença na hora de ter uma carteira bem sucedida ou não.
As empresas estão cada vez mais confiando à sua equipe jurídica a tarefa de identificar oportunidades de aumento de receita e diminuir custos e riscos. Ter os recursos necessários para executar essa tarefa é fundamental para obter a visibilidade e os dados necessários para saber o desempenho de seus contratos. Já imaginou ter com facilidade um alerta assim que aparece um possível ofensor da carteira ou assim que uma causa-raiz começa a ter mais entradas em uma determinada comarca? É a possibilidade de ganhar margem de manobra para aproveitar as oportunidades e encerrar contratos com baixo desempenho e/ou negociar termos mais vantajosos.
Conforme mencionado acima, as equipes jurídicas poderão ter funções multidisciplinares para poder enriquecer a parte estratégica e isso passa, principalmente, pela análise de dados. É por isso a importância de ter ferramentas que trazem as informações atualizadas, concretas e sobretudo com insights para auxiliar os analistas e advogados sobre quais decisões tomar.
Sei que falar de 2025 pode parecer algo distante, mas a verdade é que esse é um cenário que já se desenha no nosso horizonte. Com uma melhor consciência do que vem por aí, vamos ganhando ainda mais certeza de que os avanços tecnológicos vão estar no centro dos negócios, ajudando a focar em tarefas essenciais e diminuindo burocracias.
O futuro dos departamentos jurídicos vai passar pelo apoio de uma área de Legal Ops bastante sólida, que vai auxiliar no mapeamento de processos e fluxo de atividades, dando espaço para estratégias mais eficientes e vencedoras. Em paralelo, as empresas vão conseguir ter informações para mensurar de maneira mais eficaz os ganhos das equipes jurídicas e integrar o conjunto de habilidades para os profissionais.
Outro ponto a se levar em conta é a melhora na qualidade da análise de informações dentro do seu departamento jurídico. Ferramentas como o Digesto podem ajudar sua empresa a ter os dados essenciais para análise dos processos, além de dashboards que compilam as informações de maneira simples e estratégica, apontando de modo prático as melhores diretrizes a serem consideradas.
Fonte: Jusbrasil